As belezas de Vila Velha

TURISMO

Vila Velha é um município brasileiro localizado no litoral do estado do Espírito Santo, na Região Sudeste do país. Pertence à Região Metropolitana de Vitória e ocupa uma área de 209,965 km², sendo que 54,57 km² estão em perímetro urbano, e a população em 2021 foi estimada pelo IBGE em 508 655 habitantes, o que faz do município o segundo mais populoso do Espírito Santo, atrás apenas da Serra.

A sede tem uma temperatura média anual de 24,7 °C e na vegetação original do município predomina a Mata Atlântica, tendo atualmente alguns trechos de restinga. Com 99,5% de seus habitantes vivendo na zona urbana, o município contava em 2009 com 163 estabelecimentos de saúde. O seu Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,8, considerando-se assim como muito elevado em relação à média brasileira, sendo o segundo maior de todo o estado.

O município foi fundado em 23 de maio de 1535 pelo português Vasco Fernandes Coutinho, donatário da Capitania do Espírito Santo, e foi sede desta até 1549, quando a capital foi transferida para Vitória. Figura-se então como a cidade mais antiga do estado, possuindo várias construções históricas, como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o Forte de São Francisco Xavier de Piratininga, o Farol de Santa Luzia e o Convento da Penha, sendo este último um dos principais pontos turísticos do Espírito Santo, construído entre os séculos XVI e XVII e tombado como patrimônio histórico cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1943.

Atualmente, tem um grande porte industrial, e é o segundo maior centro comercial do estado, depois da capital, Vitória. Possui 32 quilômetros de litoral, sendo praticamente todo recortado por praias, as quais constituem importantes ícones turísticos e paisagísticos, como a Praia da Costa, de Itapoã e de Itaparica. Anualmente, também realizam-se diversos eventos que fortalecem ainda mais a presença de turistas, como a Festa da Penha, em homenagem a Nossa Senhora da Penha, considerado o terceiro maior evento religioso do Brasil; o Festival do Chocolate, em que a Chocolates Garoto, uma das maiores e mais antigas indústrias de Vila Velha, expõe seus trabalhos; além do Jesus Vida Verão.

História

No século XVI, quando os primeiros colonizadores portugueses chegaram à região da atual Vila Velha, a mesma era disputada por três grupos indígenas diferentes: os goitacás (procedentes do sul), os aimorés (procedentes do interior) e os tupiniquins (procedentes do norte). O donatário português da capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho, chegou na atual Prainha (chamada, na época, pelos indígenas, de Piratininga), a bordo da caravela Glória, junto com 60 homens, em 23 de maio de 1535, fundando a então “Vila do Espírito Santo” (atual cidade de Vila Velha), assim chamada por ser domingo de pentecostes. A cidade passou a ser a capital da capitania.

Devido aos constantes ataques indígenas, franceses e holandeses à cidade fundada por Coutinho, os portugueses decidiram, em 1551, transferir a capital da capitania para a atual cidade de Vitória, na Ilha de Santo Antônio, na Baía de Vitória. Em 1558, chegou, à Prainha, frei Pedro Palácios, natural de Medina do Rio Seco, na Espanha. Alguns anos mais tarde, foi encarregado da construção de uma ermida no alto do morro da Penha. Palácios encomendou, de Lisboa, uma imagem de Nossa Senhora que daria origem ao culto a Nossa Senhora da Penha. A pequena ermida foi sendo erguida aos poucos até se transformar no Convento da Penha, hoje o monumento religioso mais importante da arquitetura capixaba.

Pouco se conhece sobre a história de Vila Velha do século XVI ao século XIX. Neste período, destacam-se o término da construção do Convento da Penha e, ainda, os ataques de holandeses contra as fazendas de açúcar, no século XVII.Sabe-se que a cidade pouco se desenvolveu durante este período, sendo que um relatório do governo da província registrou registrou 2 120 habitantes no lugar em 1827. O acesso à capital, Vitória, cidade que, ao contrário, da primeira cidade do Espírito Santo, encontrava-se em constante desenvolvimento, era bastante dificultado.

Naquela época, o sustento era oriundo da agricultura,[10] baseada no trabalho escravo de índios e negros. Na região do atual bairro Aribiri, havia um quilombo de escravos, o qual deu origem, no começo do século XX, a um povoado e, anos mais tarde, ao bairro.

Em 1890, foi criado definitivamente o município, com a instauração da Constituição do Espírito Santo, deixando de denominar-se “Vila do Espírito Santo” para chamar-se “Vila Velha”. Na década a seguir, foi elaborada a planta da cidade e, posteriormente, ocorreram alargamentos e criação de ruas e outras obras de infraestrutura, começando a atrair investidores comerciais, mas somente após a construção da Ponte Florentino Avidos, no final da década de 1920, que liga Vila Velha a Vitória, é que houve uma maior dinamização da economia municipal.

A inauguração da fábrica da Chocolates Garoto, ocorrida neste mesmo período, também foi um pretexto para o desenvolvimento, atraindo um maior contingente de pessoas e, posteriormente, crescimento do comércio. O bonde da cidade, que foi criado em 1912, passou a dar lugar aos veículos a partir da década de 1950. Em 21 de abril de 1931 Vila Velha chegou a ser anexada ao município de Vitória, porém foi recriada em 1938. Em 1943 foi novamente anexada e recriada quatro anos mais tarde, sendo oficializada pela Lei estadual n° 479, de 31 de janeiro de 1959.

Em 1950, a população já era de cerca de 24 000 habitantes, porém até a década de 1960 Vila Velha esteve estreitamente ligada à capital Vitória. Grande parte da população que morava em Vila Velha, ou em alguns distritos do município, trabalhava ou estudava em Vitória. A construção de escolas, estabelecimentos comerciais e o fortalecimento da economia reverteu essa situação. Também começou a investir-se no turismo, com a melhoria da infraestrutura das praias e regularização da rede hoteleira, e na construção de seus terminais portuários.

Atualmente, a cidade destaca-se por sua importância turística e histórica. O Convento da Penha se tornou o principal atrativo do município e um dos principais patrimônios históricos e religiosos tanto do Espírito Santo quanto do Brasil. A presença de várias praias, algumas conhecidas, como a praia da Costa e da praia de Itapoã, eleva a relevância da cidade. Também marca presença em seu mercado imobiliário forte e configura-se como polo de confecção, crescendo cada vez mais no setor de comércio exterior, graças a seus terminais portuários, sendo que aproximadamente passam pela cidade 90% das mercadorias que são escoadas pelo Espírito Santo.

Geografia

A área do município, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é de 209,965 km², sendo que 54,57 km² constituem a zona urbana e os 155,49 quilômetros quadrados restantes constituem a zona rural. Situa-se a 20°19’48” de latitude sul e 40°17’31” de longitude oeste e está a cerca de dez quilômetros a sul da capital capixaba. Seus municípios limítrofes são a capital Vitória, a norte; Cariacica e Viana, a oeste; Guarapari, a sul; e o Oceano Atlântico, a leste.

De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE, o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária e Imediata de Vitória. Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião de Vitória, que por sua vez estava incluída na mesorregião Central Espírito-Santense.

Região Metropolitana

O intenso processo de conurbação atualmente em curso na região vem criando uma metrópole cujo centro está na cidade de Vitória, atingindo ainda os municípios de Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra e Viana, além de Vila Velha. A Região Metropolitana de Vitória (RMV) foi criada pela lei complementar estadual nº 58, de 21 de fevereiro de 1995, e atualmente é a 14ª maior aglomeração urbana do Brasil, com mais de 1,68 milhões de habitantes. É a região mais dinâmica no cenário econômico capixaba, sendo que é responsável por 58% da riqueza do estado e abriga 46% da população capixaba e 57% da população urbana do Espírito Santo.

Clima

O clima vila-velhense é caracterizado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, como tropical quente super-úmido (tipo Aw segundo Köppen), tendo temperatura média anual de 24,7 °C com invernos secos e amenos e verões chuvosos com temperaturas elevadas. O mês mais quente, fevereiro, tem temperatura média de 27,4 °C, sendo a média máxima de 31,8 °C e 23,1 °C. E o mês mais frio, julho, de 22,1 °C, sendo 26,4 °C e 17,8 °C as médias máxima e mínima, respectivamente. Outono e primavera são estações de transição. São raros os episódios de frio extremo, sendo que a temperatura mínima registrada na cidade foi de 6 °C. Os ventos são constantes o ano todo, porém ocasionalmente o deslocamento de frentes frias provoca episódios de ventos mais fortes, com rajadas atingindo velocidades superiores a 70 km/h. Em 6 de maio de 2013, por exemplo, o rápido avanço de uma frente fria provocou um forte vendaval em Vila Velha e outras cidades do litoral capixaba, com rajadas de vento chegando aos 120 km/h, provocando queda de árvores e destelhamento de centenas de casas na cidade e deixando vários bairros vila-velhenses sem energia elétrica por várias horas em decorrência da queda de postes e danos em fios elétricos.

A precipitação média anual é de 1 253,8 mm, sendo agosto o mês mais seco, quando ocorrem apenas 44,6 mm. Em dezembro, o mês mais chuvoso, a média fica em 203,3 mm. Nos últimos anos, entretanto, os dias quentes e secos durante o inverno têm sido cada vez mais frequentes, não raro ultrapassando a marca dos 30 °C, especialmente entre julho e setembro. Em janeiro de 2010, por exemplo, a precipitação de chuva em Vila Velha não passou de 1,9 mm. Durante a época das secas e em longos veranicos em pleno período chuvoso também são comuns registros de queimadas em morros e matagais, principalmente na zona rural da cidade, o que contribui com o desmatamento e com o lançamento de poluentes na atmosfera, prejudicando ainda a qualidade do ar.